Solenidade de Corpus Christi
A solenidade de Corpus Christi, surgiu no século XIII, na Diocese de Liége(Bélgica), durante o pontificado do Papa Urbano IV. A Freira Juliana de Mont (1258) recebia visões nas quais o próprio Jesus, lhes pedia uma festa litúrgica anual em honra da santíssima eucaristia. Essa venerável tradição se mantém até hoje. Jesus antes de retornar à direita do Pai, deixa-nos um grande e precioso presente: O seu corpo como alimento e seu sangue como bebida. Porquanto, a eucaristia é a realização da promessa de Jesus aos discípulos: “eis que estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos”(Mt 28,20 ). Portanto, a eucaristia é o memorial perene da paixão e morte do Senhor, perpetuando a presença de Jesus na história e na Igreja. O santo sacrifício, incruento (sem derramamento de sangue) é oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos.
Assim afirmou o iluminado santo Tomás de Aquino: “ De fato, nenhum outro sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais.. Assim a eucaristia é o maior de todos os milagres que Cristo realizou”. O sacramento da eucaristia favorece e alimenta uma espiritualidade “cristocêntrica”, princípio fundamental da verdadeira espiritualidade cristã. Este princípio é inspirado nas palavras do divino mestre: ”quem come minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (JO 6,56). Este alimento divino dilata o coração humano para o amor, para o perdão, para a fé, para a bondade e a caridade. No dia de Corpus Christi, promovemos procissões, enfeites e tapetes nas ruas, como demonstrações pública de fé, devoção e amor à divina eucaristia. Na procissão os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da eucaristia. A solenidade de corpus Christi, é, também, um convite para a partilha do pão. Há tantas pessoas que passam fome, porque o pão é mal repartido. Uns têm demais, outros passam necessidades!
O vírus do egoísmo vem contaminando e se alastrando nos corações humanos e na sociedade, empobrecendo e desumanizando o convívio social. Estamos mergulhados na cultura do individualismo, que leva à indiferença pelo próximo. Precisamos reavivar os gestos de solidariedade e de fraternidade que enobrecem e humanizam nossas relações sociais. O cristão que participa da eucaristia aprende dela a fazer-se promotor da comunhão, da solidariedade, da paz e do diálogo, em todas as circunstâncias da vida. A Igreja recomenda, vivamente, a adoração eucarística, como instrumento de nossa espiritualidade. Os santos foram almas eucarísticas. Eles permaneciam longamente prostrados em adoração diante de Jesus sacramentado. Foi precisamente por isso que eles se santificaram.
Na adoração nós reparamos, com nossa fé e nosso amor, os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso divino Salvador sofre em tantas partes do mundo. Portanto, no cultivo da nossa espiritualidade, valorizemos a santa missa e a adoração eucarística. No ano da misericórdia, fixemos nosso olhar em Jesus Cristo sacramentado, rosto da misericórdia do Pai.
Jesus Cristo, médico das almas e pão da vida, dê saúde aos doentes e perdão aos pecadores!
Pe. Deusdédit é Pároco da Paróquia Coração imaculado de Maria e Vigário Geral da Arquidiocese de Cuiabá.