CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA (CFE) – 2016.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançará a 53ª Campanha da fraternidade, iniciada em 1964. Destas 53 Campanhas, 49 foram organizadas só pela CNBB e 4 campanhas ecumênicas, isto é, organizadas em conjunto com o CONIC(Conselho Nacional de Igrejas Cristãs). Em nível nacional, a campanha será lançada na Quarta-feira de Cinzas. Na arquidiocese de Cuiabá, o lançamento será no dia 9 de Fevereiro (Terça-feira), no 30º “VINDE E VEDE”.
A campanha da fraternidade ecumênica de 2016, tem como tema: “Casa comum, nossa responsabilidade,” e lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”(Am 5,24).
O objetivo da CFE é: “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa casa comum”.
Porque discutir o assunto do saneamento básico na Campanha da Fraternidade? Porque o saneamento básico, que inclui: o abastecimento da água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, coleta de lixo, a drenagem de águas pluviais, o manejo de resíduos sólidos, são condições necessárias para que todas as pessoas possam ter saúde e vida digna. Pois, sabemos que muitas doenças são causadas pelo esgoto a céu aberto e má qualidade da agua que consumimos. Investir no saneamento básico é, também, prevenir a morte dos Rios e da biodiversidade.
Esta campanha foi reforçada pela carta encíclica: LAUDATO SI’, do Papa Francisco, o qual nos convoca para um grande mutirão para salvar e limpar o planeta, nossa casa comum, que está se transformando num grande “Lixão”. O Papa fala do cultivo de uma espiritualidade ecológica que consiste no amor e respeito à natureza, e na sustentabilidade. Pois, somos guardiões e jardineiros da criação de Deus. Para tanto, precisamos de conversão, adotando um estilo de vida simples e sóbria (viver com o pouco), sem consumismo, sem desperdício de alimentos e sem ganância do lucro exagerado que agrava a miséria de outros.
Ora, as Igrejas Cristãs, por suas capilaridades, são instâncias conscientizadoras que contribuem para sensibilização da sociedade, mobilização social e provocação dos poderes públicos, sobretudo dos Munícipios, para que cumpram a função constitucional de garantir o direito ao saneamento básico e promoção da cidadania. Porquanto, os impostos arrecadados dos cidadãos têm esta altíssima finalidade social.
Com a campanha da fraternidade, as Igrejas Cristãs apresentam os valores espirituais do evangelho e doutrina social, como elementos autenticamente humanizantes para a construção de uma ordem social justa e fraterna.
Os exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola, ajudarão na nossa santificação e preparação para a santa Páscoa. A quaresma nos lembra da necessidade da conversão permanente, porque somos imperfeitos. Precisamos intensificar a busca de Deus. Só o encontro pessoal com Deus, expressão suprema de bondade e amor, pode saciar a sede do coração humano. Assim, devemos aprender a descobrir o Deus do amor como o fim verdadeiro da existência humana, abandonando-nos livremente em suas mãos.
Em fim, a Campanha da fraternidade é uma atividade evangelizadora global e ampla, desenvolvida no tempo da quaresma, para ajudar os cristãos e às pessoas de boa vontade a se tornarem mais humanas, fervorosas de espírito, solidárias e fraternas com seus semelhantes. Esta é a verdadeira penitência que Deus quer e espera de nós em preparação para da páscoa.
Pe Deusdedit M.de Almeida é Vigário geral da Arquidiocese de Cuiabá